segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Pinceladas a respeito de inclusão econômica e populismo.


Louis Frankenberg, CFP® – 19.10.2015.
Não pretendo abordar a gigantesca crise na qual estamos por demais anos sendo envolvidos pelo atual Governo e seus desqualificados dirigentes e subordinados.
Entre os inúmeros erros cometidos, nesta matéria me refiro especialmente à divulgação de dados inverídicos em relação à evolução econômico social de determinada camada da população. 
Vou apenas dar a minha opinião a respeito da ilusão ou  seja, deliberada desinformação na qual foi colocada esse segmento no que diz respeito à fabulosa melhora de suas próprias condições de vida.
Não acredito no que continuamente está sendo apregoado que, mais de 50 milhões de brasileiros - 25% da totalidade - foram beneficiados com a elevação de seus níveis de vida e, desta maneira, passaram a pertencer a Classe Média, ou seja, elevadas à superior classe “B”, libertados que foram por dois de nossos Partidos Políticos pseudo populares, elevados da inferior classe ”C” como resultado da intervenção dos maravilhosos Planos “Salário Família”, “Minha Casa Minha Vida” e de alguns outros benesses oferecidos. 
Acredito sim que, a maciça venda de “Comodities”, principalmente à China e o consequente e simultâneo aumento de empregos temporários obtidos no Brasil, geralmente de baixo salário, criaram a ilusória impressão de elevação dos rendimentos daquela específica camada da população. 
Além disso, a criminosa propaganda oficial de incentivo ao consumismo artificial das classes C, D e E por meio da ampliação do aumento do endividamento e sempre às taxas de juros tradicionalmente elevadas praticadas em nosso país, complementaram a atual situação de elevada inadimplência de pessoas e famílias que, de maneira alguma, deveriam ter sidas induzidas a adquirem produtos que, eventualmente, não pudessem pagar, como efetivamente ocorreu.
Não desejo nem mesmo entrar no mérito da questão do atual e gradual aumento do desemprego que é cada vez maior, como estamos observando.
Muitas das pesquisas existentes em nosso país fazem inclusive confusão entre os termos “Famílias”, “Pessoas” e “Adultos” quando mencionam rendimentos mensais ou anuais alcançados e, obviamente criam erros de interpretação nas análises e levantamentos existentes nas comparações e conclusões por parte da maioria dos leigos.
Procuro ser um Planejador Financeiro moral e ético e jamais nesta minha condição profissional incentivaria pessoas a se endividarem, caso não fosse absolutamente necessário ou conveniente, especialmente quando a fonte do rendimento delas é pequena e geralmente insuficiente!
A título de evidência cito que eu mesmo fui e continuo sendo continuamente conclamado a recorrer a empréstimos consignados através de inevitáveis mensagens recebidas por e-mail, quando minha pensão pessoal recebida do INSS mal alcança 2 salários mínimos mensais e, tecnicamente jamais comportaria ter uma sangria mensal de 30% dos já minguados rendimentos caso aceitasse alguma daquelas maliciosas ofertas! 
Pela tabela usual, que classifica as fontes de rendimento familiares brutos das classes A, B, C, D e E, adaptadas a índices atualizados de Dezembro de 2014 e derivados dos orçamentos familiares apurados pelo IBGE de 2008/2009, estes grupos seriam enquadrados da seguinte maneira;
Classe A – acima de R$ 14.500 mensais
Classe B – de R$ 8.700 até R$ 14.500 mensais
Classe C – de R$ 1.740 até R$ 8.700 mensais
Classe D – de R$ 1.160 até R$ 1.740 mensais
Classe E – até R$ 1.160 mensais
Pessoalmente, acho a tabela acima por demais simplista, mas não tenho neste limitado espaço condições suficientes para enumerar minhas razões. 
Considerando um estudo publicado pelo “O Estado de S. Paulo” de 14/10/2015 como idôneo, seriam considerados internacionalmente “Classe Média” as famílias que ganhassem acima de U$ 28.000 anuais. Pois bem, considerando o dólar a 3,90 no dia 19/10/2015 teríamos calculados um rendimento mínimo anual bruto de R$ 109.200 e mensais de R$ 9.100. 
Supostamente, somente alguém da classe Média brasileira com rendimento acima de R$ 8.700 mensais (ver tabela mais acima) seria considerado classe “C” e isto em seu nível mais elevado quando esta também pode ser subdividida em 3 subclasses por algumas fontes de dados.
Outro levantamento publicado pelo “O Estado de S. Paulo” de 16/10/2015, efetuado pelos pesquisadores Marcelo Medeiros e Pedro H. Souza, concluíram que apenas 1% da população brasileira, ou seja, 1,4 milhões de adultos tem rendimentos acima de R$ 229.000 anuais (ou seja, R$ 19.000 mensais) e poderiam ser considerados famílias pertencentes à classe “A”.
Minha própria conclusão e, sem fazer uso de outras medições e análises que deveriam necessariamente ser considerados, é de que apenas ao redor de 5% da nossa própria população, ou seja, 5 milhões de pessoas deveriam ser incluídas na tal da Classe Média e não 25% ou seja, 50 milhões, como constantemente está sendo apregoado!
Posso continuar a elaborar provas e considerações mencionando a questão dos elevados tributos (impostos e outras contribuições) que pagamos da inflação que novamente atinge os 10% anuais e aspectos envolvendo educação, saúde e aposentadoria pelos quais pagamos, mas que não estão sendo entregues!
Prefiro parar por aqui, pois meus leitores preferem textos simples e concisos!
Abraço amigo,
Louis Frankenberg, CFP® 19-10-2015.

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