domingo, 30 de junho de 2013

15 anos depois e nada mudou!

Caros leitores do meu blog;
Talvez não saibam, mas durante 6 anos fui colunista da revista Exame da Editora Abril.
Em 4/11/1998 enviei eletronicamente o original de uma matéria  que foi então publicado em 18/11/1998 na edição # 675 daquela revista sob  a denominação 
            "De onde vem nossas dívidas".
Como recentemente terminei a série de 4 matérias a respeito de Educação, Saúde, Segurança  e Aposentadoria relacionadas a tributos que a pessoa física paga em duplicidade, contrariamente ao que a Constituição de 1988 proclama, resolvi provar para vocês de que absolutamente nada mudou em 15 anos que transcorreram desde então!
Prestem atenção ao texto escrito na época, pois propositadamente nada alterei em relação àquele original escrito na época.
Atenção; mantive também o título original que dei à matéria ou seja a denominação sugerida de
"Porque  estamos endividados! ou Um grito de socorro!" Tudo, isso há 15 anos,  em 1.998!
Boa leitura e bastante reflexão em relação aos acontecimentos que atualmente ocorrem em nosso país e de como você  deve tentar se defender.

Louis Frankenberg, em 30/06/2013
Blog; www.seufuturofinanceiro.blogspot.com
E-mail; perfinpl@uol.com.br e lframont@gmail.com


 
A seguir a matéria original, ainda sem revisão final que transmiti eletronicamente para a revista Exame em 4 de Novembro de 1.998


de Louis Frankenberg 
PORQUE   ESTAMOS    ENDIVIDADOS   ou
UM GRITO DE SOCORRO
Todos nos, cidadãos classe média, simplesmente refletimos o que ocorre em escala gigantesca em nosso  próprio país.Estamos todos endividados. 
É lastimável que coletiva e individualmente,  temos de empenhar uma parte  de nossos  suados  ganhos   para pagar esta salgada conta. 
Somos nos  da classe média, espinha dorsal de qualquer nação, as grandes vítimas.
É o grupo social que sustenta sob seus ombros uma boa parte desta pesada máquina do Estado e nem sequer lhe é devolvido o que lhe foi prometido   pelas inúmeras e passadas Constituições. 
Como sempre    somos as vítimas prediletas dos   poderes Executivo e Legislativo.
Provo o que digo  e demonstro o porque.
Educação
Embutido nos  inúmeros tributos que pagamos, direta e indiretamente, nos prometeram educação básica para nossos filhos. Quais os pais responsáveis pela empregabilidade futura dos seus filhos que ainda confiam na boa qualidade do ensino público?
Uma parte importante do orçamento doméstico forçosamente é destinado para  pagar a escola privada que tem oferecido melhor resultado mas custa os olhos da cara e nos sacrifica sobremaneira.

Saúde
A Constituição apregoa orgulhosamente “saúde para todos”. Na prática não é bem assim. Os hospitais públicos são deprimentes, deficientes e insuficientes.   Consultas relâmpagos, após enfrentar-se filas quilométricas, jamais conseguem diagnosticar as causas de nossas dores e enfermidades, que dirá curar. Consequentemente precisamos pagar pesadamente por planos de saúde mas que nem sempre cobrem todas as  doenças.Estes pagam apenas parcialmente cirurgias com os médicos de nossa confiança. A parcela maior geralmente sai de nosso  próprio bolso.
Os remédios  receitados sobem incontrolavelmente de preço.E para   piorar, nos dias de hoje,engulimos pílulas de autenticidade duvidosa.Onde estará a rigorosa  fiscalização pela qual também  já pagamos?
Juraram que com um imposto adicional denominado CPMF, debelariam  o sucateamento da saúde.Por enquanto apenas transformaram o “P” de Provisório em Permanente.

Segurança
Com os impostos estaduais e municipais arrecadados, milhares de policiais são recrutados para nos proteger na cidade e nos campos.Infelizmente  a nossa segurança  cada ano deteriora mais. Gastamos fortunas  em geringonças eletrônicas que deveriam nos dar tranquilidade em nossos lares, mas não dão.Os guaritas se multiplicam constantemente e portarias de prédios são ocupadas por pessoas  de  qualificação insuficiente para nos proteger convenientemente.Já nos  acostumamos aos    alarmes sofisticados dos carros que soam todo santo dia (e noite).          As joias que usávamos antigamente criam mofo nos cofres. Os engaiolados somos nos   enquanto o bandido anda solto. Onde estará o policial pago por nos?

Transporte coletivo
Chego a conclusão que deve ser bem mais simples construir viadutos e outras obras  públicas grandiosas,do que organizar e fiscalizar meras empresas de transporte  de ônibus nas grandes metrópoles do país. Na cidade de São Paulo,precisamos adquirir um carro para cada membro da família, pois nem uma  linha  única de ônibus ou   metrô leva alguém diretamente de sua casa ao trabalho ou escola e vice versa. 
A   solução adotada, de   um  carro adicional pelos mais  bem aquinhoados,    amplia  mais ainda os congestionamentos e nossas despesas mensais. É o imposto sobre a gasolina ou álcool. É o IPVA.    É o talão da zona azul, vendido com ágio.     
E para o cúmulo dos absurdos     inventam a proibição de circular por um dia da semana, sem baixar proporcionalmente o IPVA em 1/7 
Ruas e estradas

Orgulhosamente dirigimos nossos carros, produtos de uma nação industrializada e moderna, prestes a atingir um PIB  anual de um trilhão de dólares. Infelizmente a conservação das ruas e estradas deixa muito a desejar, pois a    cada temporal   novas crateras  surgem do nada.
A consequência são pneus e aros estourados e suspensões avariados. 
Apelar a quem?  Quais as provas que dispomos ? E o  tempo disponível para acionar judicialmente  Município,  Estado ou  Federação?
Invariavelmente quem lucra é a oficina mecânica, apesar de termos pagos religiosamente nosso IPVA e tantos outros tributos em cascata.
Aposentadoria
 


Após pagar a vida inteira ao nosso tradicional INSS, precisamos complementar nosso sustento com algum plano da previdência complementar privada se quisermos ter uma vida digna e cômoda.
Concluo que não é sem razão que todo cidadão classe média,   desesperado, está vergado ao peso de seu endividamento, vesgo de raiva e sem ver a luz no fim do túnel.


01/07/2013 atenção;
A pedido de um fiel leitor desta coluna, argumentando que alguns pudessem duvidar das minhas declarações de 15 anos passados, abaixo estou reproduzindo a página de Exame onde constava aquela matéria;

 

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