domingo, 16 de setembro de 2012

Um planejador financeiro desiludido desabava em voz alta


 

 
                             (Não pare de ler, pois mais abaixo também falo de finanças)

Louis Frankenberg,CFP® - 16-09-2012

 

Desde muito tenho o hábito de ler nossos principais jornais, isto é, leio unicamente os títulos de matérias que mais me chamam a atenção e, eventualmente,  devoro  o texto por completo imediata ou posteriormente os interpreto com mais calma.

Está difícil ler jornais hoje em dia, pois a gente deve procurar com lupa algum conteúdo de mediano valor no meio dos gigantescos  anúncios de página inteira de celulares, automóveis, imóveis e eletro domésticos.  

A proporção de espaço usado  para cada dos mencionados itens deve ser de 100 cm2 para anúncios para 1 cm2 de conteúdo. (e, por favor, não me peça que eu dê uma nota pela qualidade do mesmo!).

Considero nossas principais revistas igualmente de pouco valor informativo, mas  justamente o oposto, de muito sensacionalismo político e criminalístico e por isso geralmente não os assino e tampouco os adquiro. Os noticiários da TV já me alarmam e preocupam suficientemente.

Têm algumas revistas, de conhecida editora que não se cansam de pedir que eu volte a ser assinante. Atenção, aí vai a minha resposta  pública vocês; no dia em que a qualidade estiver melhor.

Os pedidos de reconsideração inundam constante e sistematicamente a minha caixa postal. 

Sou tão persistente quanto eles, pois na mesma proporção que chegam, eu os atiro no meu lixo virtual de E-mail e Internet.

Estou cansado de ler matérias que não fazem nexo, que não têm começo e nem fim, que abordam assuntos pela metade ou nem isso, que falam, mas não explicam suficientemente e finalmente que nem própria opinião expressam. São como água morna, nem quente nem frio ou caso preferirem são como diplomatas, sempre em cima do muro!

Estou em dúvida, pois não sei se são os leitores que não mais se interessam por assuntos sérios, interessantes, bem informados e completos ou são os jornalistas com insuficiente conhecimento, cultura ou educação.  (ou quem sabe a somatória destes 3 fatores!).

Por que abordo este assunto? Porque sou um autêntico colecionador de assuntos, principalmente financeiros, que posteriormente leio, interpreto e comento. (nem sempre alcanço este meu objetivo).

Vibro com entusiasmo que nem torcedor de time de futebol quando detecto algum conteúdo que faz sentido, que encerra algo original ou que valha a pena guardar e comentar.

A tesoura em cima da minha mesa até já perdeu o fio de tanto recortar. Os plásticos transparentes com inúmeros conteúdos igualmente se empilham na mesa e às vezes me custa até acha-los no meio da bagunça!    É claro que de vez em quando tenho que limpar o convés, jogando fora alguns conteúdos que já perderam seu momento mais propício. 

Tudo isto acontece no meio do atendimento à clientela, preparo de textos e dando respostas aos jornalistas que ainda querem a minha opinião ou desejam que eu comente algum assunto econômico-financeiro da moda.

Gente, adquiri uma técnica infalível para saber do nível  profissional e intelectual dos mesmos quando me telefonam para saber o que penso a respeito de alguma ocorrência financeira ou econômica., mas por enquanto  não vou  lhes revelar meu segredo.

Pronto, desabafei!  Já não preciso visitar nenhum  psiquiatra ou analista!

Vocês provavelmente não  sabem por que toda esta enorme  introdução, pois agora vou lhes contar.

Tudo isto porque não tenho mais tempo para me dedicar a algum dos inúmeros  livros que  ganhei, adquiri ou  me foi recomendado para ler nos últimos tempos.

Ai que saudades do tempo de adolescente e jovem quando eu engolia pelo menos um livro por semana. Com enorme tristeza devo confessar que a estante  no ambiente onde trabalho e a minha mesa de cabeceira contém pelo menos 15 a 20 livros que aguardam a sua vez...

Pergunto a vocês, meus caros e fieis leitores, se devo interromper  a publicação deste blog  para voltar ao hábito de ler meus queridos  livros, deixando de ler os chatos jornais e revistas? Estou curioso  por saber as suas opiniões.

Qualquer hora destas tomo esta difícil decisão!

 

Mas existe salvação no meio  das  péssimas informações financeiras que geralmente são divulgadas pela mídia.

 

O jornal Valor Econômico  possui um excelente profissional  chamado Marcelo d’Agosto que costumeiramente tem publicado  comentários transparentes, altamente qualificados profissionalmente  e  muito honestos, coisa rara neste mundo  no qual predominam os  meros  interesses mesquinhos.

(Até em terra de cego ( e desonestos) existem  pessoas que enxergam e divulgam o que veem com clareza!)

Li  e recortei  o comentário que saiu Quarta feira 12 de Setembro na página D2 do jornal “Valor”.

O título é “Um bom guia para a escolha de fundos”.  

A revista  “Valor Investe” neste mês de Setembro publicou  uma   relação  parcial classificando os fundos e os chamou de “Star  Ranking”.  O estudo foi preparado pela “Standard & Poors” resultante  da seleção de 10.000 carteiras de fundos existentes em nosso país. Haja dificuldade na escolha neste emaranhado de taxas de administração elevada  e qualidade baixa de gestores independentes e bancos!

Transcreverei apenas os trechos que sublinhei anteriormente com a minha caneta verde e aproveito para também fazer meus próprios comentários.

A crônica do Marcelo d’Agosto é a respeito deste bom guia de fundos que vale a pena vocês lerem antes de investir. Seria até bom ler a própria revista do jornal Valor para entender o grau de dificuldade que tem um investidor comum nos dias de hoje.

No total são 1.015 obtidos finalmente dos 10.000 perscrutados na seleção Star Ranking (cinco e quatro estrelas são os melhores).

 As carteiras foram divididas em três grandes grupos. Renda fixa com 416 fundos, multimercados com 322 fundos e renda variável com 277 fundos.

Com a taxa atual de  7,5%  do Selic, pagar 2,5% de taxa de administração significa pagar renda 1/3 da bruta de antes dos impostos. É fundamental se conhecer qual a taxa de administração que agora está sendo paga.

A renda fixa representam 81% dos fundos (a maioria de nós preferimos ser conservadores).  13% preferem o grupo dos multimercados e apenas 6% preferem a renda variável. Os melhores fundos computados risco e rentabilidade, obtiveram 4 ou 5 estrelas.

Gente está mais do que na hora para entendermos que uma taxa de inflação ao redor de 5,5% a.a. significa que devemos dar enorme importância aos impostos, à qualidade do gestor e aos custos que o mesmo nos cobra.

Por hoje é só.

Um forte abraço, 

 

Louis Frankenberg,CFP® 16-09-2012


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