sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Diagnóstico Financeiro para um Cliente


 

 

Um aconselhamento muito sincero para sua vida   

 

Louis Frankenberg, CFP® 24.8.2012.

 

Apenas para fins ilustrativos e, definitivamente sem finalidade auto promocional, reproduzo abaixo a parte introdutório  de  um  diagnóstico de planejamento financeiro pessoal   feito por mim  para um cliente executivo  de meia idade, casado, com dois filhos.

O relatório é resultante de duas entrevistas pessoais totalizando  aproximadamente 7 horas de duração que tivemos durante dois encontros em Junho deste ano.

Esta parte introdutória detalha minha visão e interpretação resultantes dos desejos e objetivos expressados pelo cliente no médio e longo prazos junto com minhas observações e conclusões. Mas também é uma visão holística resultante de anos de observação.  

O conjunto dessas informações confidenciais sobre sua vida, incluindo documentos a respeito de fontes de rendimento, atuais investimentos, etc. forneceram suficientes dados para interpretar os mesmos e desenvolver esta parte introdutório e o restante das observações, sugestões e conclusões que formaram o restante do relatório.   

Identidade e dados confidenciais estão sendo omitidos.

 

Prezado “X”

De acordo com o escopo da minha proposta inicial de 14/6/2012 estarei analisando e simultaneamente descrevendo meu ponto de vista em relação aos atuais investimentos e seguros existentes, que constituem seu patrimônio, sugerindo quando é o caso, sua simples e pura eliminação, continuidade ou eventual ampliação.

Também estarei sugerindo alternativamente algum novo investimento que imagino, possa ser do seu interesse para o médio e longo prazo ressaltando, entretanto, que no mundo dinâmico dos dias de hoje, estas mesmas alternativas podem se tornar rapidamente obsoletas, exigindo periodicamente novas avaliações. 

Também concorrem para essas eventuais alterações, mudanças de rumo empreendidas, modificações ou acréscimos de novas fontes de receita. 

Estarei igualmente sugerindo, eventualmente, diferentes aplicações, seguros de vida ou planos de previdência complementar a serem adquiridas, sendo baseados no incremento patrimonial ou resultantes de alterações de seu status atual, sempre de acordo com seu perfil, desejos e objetivos que, passo a considerar como sendo tendente a ser conservador.

Como já dito, o relatório considera o médio e longo prazos e  igualmente o relaciona com sua atual idade, dando peso  e prioridade à sua preocupação  contínua com   a família.    

O escopo e avaliação para todas as minhas considerações (mesmo que não citadas explicitamente) igualmente contemplam ocorrências assimétricas tais como imprevistos, eventuais crises no país (e no exterior) ou ainda acontecimentos pessoais, porém sempre tendo como motivação principal seu objetivo básico; uma gradativa e sólida construção patrimonial, visando o bem estar econômico-financeiro de si e da família.

O relatório levará ainda em conta a recomendação do uso de entidades financeiras tradicionais e que, consistentemente tenham no passado demonstrado solidez, eficácia e rentabilidade, apesar de que ninguém possa garantir que um passado consistente irá se repetir no futuro.

 

Como vivemos em país onde de tempos em tempos ocorre alguma forma de crise (aliás, nenhum país escapa hoje em dia dessa observação), sou partidário de que sempre se considere a opção de fazer negócios com empresas tradicional e comprovadamente sérias e desconsiderem-se aquelas que são demasiadamente ousadas ou ainda tenham a tendência de prometer lucratividade excessiva e de pouca probabilidade de se realizar.

 

 

A experiência   de 35 anos no ramo do aconselhamento financeiro às pessoas físicas me faz recomendar que se devesse levar a sério uma questão geralmente esquecida, de que estatisticamente um ou mais dos investimentos ou negócios feitos por você ou qualquer pessoa, poderá falhar completamente em seus propósitos e, por esta mesma razão, é sumamente importante buscar-se sempre uma razoável diversificação (pulverização de risco) de aplicações ou negócios, independente do nível de rendimento que possa ser obtido.  

Esta última questão levantada provavelmente é bastante difícil de ser considerada como coerente, ou seja, como a mais inteligente pela maioria dos seres humanos que, geralmente têm a tendência de assumir riscos muito além dos admitidos como prudentes ou racionais.

Esta consideração tão importante está obtendo ultimamente enorme visibilidade pelas observações feitas pelo Psicólogo Daniel Kahneman, prêmio Nobel de Economia em 2.002 

 

Se por um lado costumo sugerir diversificação, por outro lado proponho igualmente alguma forma de concentração, significando que não devemos nos espalhar demais, tornando a tarefa de supervisionar e administrar o conjunto de investimentos e a eventual diversidade de instituições financeiras, difícil de ser desempenhada na prática.

Acredito também que na forma de definir melhor e com maior amplitude o termo “diversificação”, o aspecto investir no Brasil e no exterior, isto é em países com economia, legislações e moedas consolidadas, muito bem se harmoniza nestes tempos de maior globalização.

Como e aonde investir no exterior não faz parte do escopo deste relatório, porém no devido momento poder-lhe-ei ser útil, pois faz parte de minha expertise.

Chamo ainda a sua atenção para nunca deixar de analisar as variadas formas e aspectos da nossa tributação (Imposto de Renda) e sucessão cada vez mais relevantes em nosso país.

Elas podem ter significado ou peso iguais aos do rendimento alcançado e da inflação (corrosão e poder aquisitivo da nossa moeda).

Outro conselho que estou lhe dando é de não deixar de periodicamente fiscalizar e conferir resultados de aplicações etc. e sempre estar questionando gestores, exigindo respostas racionais, quando algum item controvertido não for 100% compreendido e lógico.

Endosso por inteiro um antigo provérbio que proclama;

“O olho do fazendeiro engorda e faz muito bem para a saúde do gado!”   

O atual momento econômico e financeiro mundial, mas igualmente o brasileiro, demonstra indubitavelmente que devemos criar um sólido e diversificado patrimônio incluindo em seu todo itens tradicionais como “imobiliários”, especialmente se não estivermos ligados a algum negócio comercial ou industrial nosso, sólido e confiável que nos dê maior diversificação.  

Este conselho é especialmente válido para profissionais liberais ou autônomos, seu caso, pois na aposentadoria você terá de depender pesadamente e quase que exclusivamente da totalidade do capital  e reservas acumuladas até então.

E tenha como princípio nunca confiar cegamente naquilo que governos e interessados da iniciativa privada queiram lhe impor como sendo o mais adequado para si.   No fim e ao cabo ninguém é mais importante que você e sua família! 

Faça portanto sempre uso de sua própria  capacidade intelectual e interpretação para defender   interesses e conveniências, não deixe que outros decidam por você!

 

 

 

 

A rentabilidade alcançada por meio de investimentos têm diminuído enormemente neste  últimos anos (no Brasil e igualmente como exterior), significando de que existirá toda a probabilidade de que você terá de viver, consumindo aos poucos o próprio capital acumulado desde cedo até a época de sua aposentadoria e, se não tiver algum negócio próprio relevante e confiável que lhe proporcione adicionalmente pro labores  e/ou dividendos suficientes. Não posso deixar de realçar este fator relevante que geralmente não é mencionado por planejadores financeiros.

 

Caso você me permite por breves momentos assumir o papel de futurólogo ou adivinho, eu não confiaria em demasia em nosso Sistema Oficial de Seguridade Social (INSS), e basearia minhas apostas quase que inteiramente na gradativa acumulação de capital e rendimento investidos em empreendimentos diversificados   na iniciativa privada. 

 

Geralmente a preocupação com o aspecto “terei recursos suficientes quando quiser parar de trabalhar?” ocorre um pouco mais adiante que na sua atual idade, mas mesmo assim é bom relembrá-lo que muitos executivos preferiram se esquecer (“empurrar com a barriga ou jogar por baixo do tapete...”) de que podem perder a empregabilidade e até mesmo a saúde prematuramente.

Os governos e as entidades de Seguridade Social da maioria das Nações Ocidentais já começaram a se preocupar com o novíssimo e determinante fator denominado “longevidade” no qual uma pessoa passa a receber uma pensão  entre os 60 e 65 anos de idade, porém  essa pessoa, com boa (e cada vez maior)  probabilidade, irá viver até os 90 ou até 95 anos.

Formulo  a seguir a pergunta que não quer calar em mim e  que é esta;

“qual a entidade  ou quem será o responsável  e com quais os  meios financeiros  esta pessoa ou casal irá se sustentar por 30 ou mais anos após estar aposentada?”

Diversos executivos  para os quais ofereci assessoria no passado, não levaram devidamente em consideração este fator tão relevante!   

 

Efetuar a totalidade dos investimentos e negócios sempre em nome de um casal (duas assinaturas, ou seja, contas conjuntas do tipo “joint accounts with individual ownership”, quando o casal vive em harmonia, é recomendado por diversas razões práticas e legais. Não desejo aqui entrar em maiores detalhes já que o espaço é exíguo.

 

Quero mais uma vez repetir o que já lhe disse pessoalmente, de que o próprio negócio da gente (por mais bem sucedido que seja), sempre se constituirá como sendo aquele que melhor conhecemos e no qual obteremos a maior rentabilidade (portanto igualmente naquele em que podemos eventualmente assumir maiores riscos) e no qual igualmente podemos depositar maior fé, mas isto não necessariamente significa de que nele deveremos concentrar integral ou majoritariamente o nosso patrimônio! 

É neste erro que a maioria das pessoas empreendedores e dinâmicas  incorre, acreditando que seu próprio negócio é perene e absolutamente infalível! (esta é também outra das constatações do grande Psicólogo Daniel Kahneman).   

De fato o negócio no qual investimos muito de nosso tempo, suor e dedicação é em nossa própria visão tão superior justamente porque nós nos dedicamos tanto ao mesmo, porém... muitas vezes declina vertiginosamente quando outros assumem a sua direção, algumas vezes devido doença, outras vezes devido questões   fora de nosso alcance.  

É extremamente saudável de vez em quando pensarmos de que não somos super homens e super mulheres ou seja seres insubstituíveis aos quais nada acontece!

 

Por fim uma racional divisão entre investimentos imobiliários, renda fixa e renda variável é sempre muito aconselhável.

Os percentuais mais indicados para cada um desses itens devem ser estudados individualmente e podem variar para cada pessoa (família), circunstância ou época.

A partir deste seu razoável patrimônio exclusivamente financeiro, e por fazer parte do grupo das pessoas de meia idade, lhe aconselho a não ultrapassar em 10% a 15% naqueles investimentos que possam ser considerados de elevado risco.

Quando você alcançar seus 55/60 anos de idade, a composição dos investimentos deverá se tornar gradativamente mais conservadora, para finalmente, aos 65/70 anos envolver menores margens de risco.

Para você especificamente, meu conselho genérico na atualidade e dentro das condições financeiras em que se encontra, será a seguinte divisão;   

De 30 a 35% para estar aplicado em investimentos que tenham alguma relação com a atividade imobiliária em seu próprio imóvel ou para renda.

De 65% a 70%, deveria estar voltada para investimentos em renda fixa e variável, incluindo a nova categoria de fundos imobiliários, que possam oferecer renda de aluguel ou outra forma qualquer de rendimento.

 

Conhecimento  maior a respeito de suas reservas e aplicações, somado ao permanente controle de suas despesas em relação às suas receitas, são sempre aconselhados e de qualquer maneira são considerados de bom senso em qualquer parte do planeta, pois a partir de sua aposentadoria, com toda a probabilidade, os mesmos geralmente não mais serão incrementadas por todas as razões explicadas anteriormente.

Agradecendo pela confiança depositada em mim,

sou atenciosamente,

Louis Frankenberg,CFP®  em 24-08-2.012

 



 

 

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