sexta-feira, 8 de junho de 2012

Como é que vocês conseguem sobreviver na confusão que é o atual mundo das finanças?



(e não me considero responsável pelas ações que adotarem após a leitura do meu blog )

Louis Frankenberg,CFP®  08-06-2012

Por e-mail, telefone ou pessoalmente estou sempre sendo indagado o que clientes  e amigos  deveriam fazer para sobreviver  nestas constantes e irritantes alterações da economia em nosso país e alhures e, em especial em relação as suas próprias reservas cuidadosa e trabalhosamente  acumuladas por anos a fio.
São questões realmente muito difíceis de responder com honestidade, justamente por terem tantas incógnitas em sua resolução e essas ainda sem terem a garantia de serem acertadas!
Entre outras, temos de levar em consideração; inflação, tributos, o mundo ao nosso redor, mas sobressaindo os enormes interesses macro econômicos e egoístas de nossos dirigentes que, absolutamente não se importam com a batalha diária que nós, cidadãos comuns, travamos para sobreviver e tentando conquistar uma vida mais confortável.  
Os dias atuais, de fato, são de endoidecer qualquer mortal e não me admiro que vocês estejam confusos  e sem saber como agir para defender seus interesses.
Devo confessar que participo desta angústia geral com a diferença de que  estou mais acostumado com esta gangorra constante e sem rumo de nossa própria economia, ao contrário de ser bem conduzida para o progresso do país, que deveria ser o caminho a ser seguido por nossos  amados dirigentes.  
Eu incorporei à minha vida  e meus hábitos  há muitos anos  uma estrofe do imortal  poeta,  Rudyard Kipling que diz;  
“Tente manter a calma quando todos  ao seu redor  já a perderam.”
Ajuda a encarar   filosoficamente nossa vida, mas evidentemente não  soluciona  tudo. Quem sabe vocês também queiram adotar  esta estrofe, pois ajuda a encarar melhor nossos infortúnios.
Um conselho que ouvi faz muitos anos e que também incorporei à minha bagagem  comportamental é de que se por exemplo houver um grande tumulto em um estádio, fique quieto e sentadinho na longínqua arquibancada, portanto não se levante e corra como a restante da multidão!
Tenho agido da mesma maneira com minhas finanças pessoais, pois nestes longos anos, presenciei inúmeras crises financeiras aqui e pelo mundo afora.  
Considero-me um típico personagem com perfil conservador e aconselho a quem quiser me ouvir, a jamais agir impensadamente no calor dos acontecimentos, pois na maioria das vezes a gente   se precipita nessas ocasiões, arrependendo-se amargamente depois.
No blog imediatamente  anterior a este revelei a vocês que sou  o cara que vai sempre na direção oposta  na qual a maioria das pessoas se precipita quando se aproxima  alguma crise.
Essa atitude da multidão (como o caso do estádio acima relatado) é chamada de “comportamento de manada” (basta relembrarem-se dos touros correndo como doidos por uma rua estreita de qualquer vilarejo da Espanha e alguns idiotas  corajosos ou exibidos denominados de seres racionais, correndo na frente das bestas enraivecidas).
Como nunca  invisto visando o curto prazo e tenho objetivos bem definidos para minha vida pessoal e familiar, geralmente aguardo algum tempo, (podendo ser dias, semanas, meses ou até anos)  até  tomar a decisão de colocar meus  soldadinhos ( sinônimo de dinheirinho) na batalha previamente considerado como sendo  a melhor alternativa para o meu patrimônio e segurança.
Outro aspecto que considero vital para a construção de um acervo equilibrado é existir uma razoável diversificação de investimentos, significando possuir ações ou fundo de ações, alguns títulos  de renda fixa e, inclusive para quem está no  começo da acumulação de reservas, a sempre boa e sobrevivente poupança, agora estupidamente mutilada por  dirigentes que não se dão de conta qual o erro que estão cometendo em um país onde a poupança  já não é  muito considerada.
Prefiro agora não falar dos fundos imobiliários, cujo tema vou abordar algum dia em separado.
É claro que as constantes mudanças das regras do jogo por  parte do Governo, em muito interfere no raciocínio da gente, como aconteceu recentemente com a poupança, mas elas ainda são diminutas considerando-se as demais vantagens que a poupança ainda continua a oferecer; liquidez, garantia até R$ 70 mil e rendimento pingado mensalmente em nossas  contas bancárias.
Para quem acredita que o Governo irá sempre cumprir com o prometido, os Títulos do Tesouro, em suas diversas modalidades, são alternativamente uma opção interessante para uma parcela de nosso patrimônio.
O que me incomoda e dificulta na decisão de finalmente investir  nos mesmos é o enorme e cada vez maior endividamento interno do país que eles (adivinhem quem são eles ?) escondem o quanto podem, mas que já deve estar pertinho dos 2 trilhões de Reais!  Esse enorme montante, não sei porque, me dá um calafrios na espinha e me faz lembrar  a situação atual de alguns países que não sabem como sair do dilema, inclusive o nosso em um passado não tão distante!
Sabendo-se  que a maior parte de nosso  endividamento interno através desses Títulos do Tesouro são para pagar salários e outras vantagens absurdas, para  uma parcela relativamente  pequena de pessoas, não desejo futuramente ser considerado conivente em ter  aconselhado os mesmos. 
Reconheço que muitos dos meus colegas planejadores financeiros, economistas, gerentes de relacionamento e outros conselheiros  têm feito a apologia e endeusamento desses papeis.  Francamente, tenho receio de que em algum momento futuro  algum de nossos sabidos líderes (com letra minúscula) possa dizer “devo, não nego, mas não pago”. E aí como ficamos? Volta e meia ainda ouço e sinto os reflexos do dia em que  em Collor seqüestrou nossas poupanças. Faz tempo mas ninguém esqueceu!
Posso ser considerado meio pancada por vocês, mas nesta minha  cabeça  confusa, volta e meia passa o seguinte raciocínio;
quando o endividamento  em dólares e outras moedas fortes  de nosso país  ainda atingia centenas de bilhões, o nosso  governo de então tinha enorme receio que outros governos e banqueiros atingidos fariam muitíssima  pressão para pagar direitinho esta  grana em suas respectivas datas de vencimento previamente conveniadas.
Tinham medo das conseqüências políticas e econômicas decorrentes de um “não pago” e por isso se empenharam  tanto em diminuir gradativamente aquele imenso montante. Tudo isto aconteceu no passado, pois agora já temos algumas centenas de bilhões em moeda forte, provavelmente rendendo muito pouco ou  quase nada.
Agora eu penso com meus  botões; quem há se importar lá fora conosco, caso o atual  ou futuros governos deixarem de pagar os juros ou até mesmo o principal aos fundos de pensão estatais e privados, às seguradoras, aos fundos de todos os tipos e tamanhos dos bancos privados e estatais pertencentes a todas as pessoas físicas e jurídicas que investiram suas reservas no Tesouro Direto?
Existe total e absoluta diferença entre a pressão diplomática e econômica externa  exercida por outros governos e aquela da nossa calada sociedade civil que não tem nenhuma influência sobre alguma decisão desse quilate...
Coitados dos depositantes que direta ou indiretamente investiram em títulos do Governo. Eles, nossos dirigentes não alterariam nenhuma vírgula de qualquer decreto que  sinalizasse o  seqüestro  de parte ou   totalidade de nossas poupanças ou então caso tomassem outra medida que prolongasse o prazo dos vencimentos por alguns ou muitos anos a mais...
Gente para mim, o susto ocasionado por Collor continua presente, novamente revivido não faz muito tempo na  vizinha  Argentina e que provavelmente será adota pela Grécia.( e quem sabe outros países da Europa).
Entenderam minha preocupação?
Pessoalmente, por enquanto, continuo preferindo que algum dos grupos financeiros sérios, graças a Deus ainda existente em nosso país, seja o responsável  principal pelo pagamento no vencimento  de algum CDB. 
 É exatamente  por esta mesma razão  que normalmente não tenho  indicado  fundos de investimento de renda fixa para meus clientes que, sabidamente  também estão recheados até o gargalo com inúmeros  títulos  governamentais...
Gente, não me levem a mal por ter estragado o prazer  do fim de semana (e ilusão) de vocês e por favor,  não me acusem  mais tarde de que fui eu que os levei para alguma estrada esburacada em que os pneus do seu carro estouraram.    
Não desejo ter qualquer responsabilidade por tudo que escrevi acima. São apenas opiniões de um simples, desconhecido, porém sincero planejador financeiro pessoal.
Até a próxima vez e um forte abraço.
Louis

Louis Frankenberg  08-06-2012
Blog; seufuturofinanceiro.blogspot.com

Nota
Sou imensamente  grato ao  Google Analytics que criou uma  completa pesquisa diária e  gratuita a respeito de vocês,  sem revelar quem são e onde vivem. Minha gratidão também   aos 38, 96% dos leitores que há tempos  me  lêem.  Orgulho maior tenho porque 20,54% de vocês visitaram meu blog desde o início há mais de dois anos, mais de 9 vezes e alguns chegando até a 100 vezes!  Caso desejarem se comunicar comigo, receberão alguma resposta. Vocês são  os responsáveis por minha  persistência e tempo despendido  em trazer-lhes meus pensamentos. Obrigado ! Louis



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