sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A ilusão de pensar que você é ou será classe média


Não é a toa que a mídia nacional e internacional batem tanto na tecla de alguém pertencer ou não à classe média. O fascínio de enormes contingentes de pessoas em todo o mundo pela riqueza e acúmulo de patrimônio é inigualável comparado a outros objetivos e metas tais como felicidade, saúde, amizade, amor e vontade de ajudar de alguma maneira a outros seres humanos.


A atração pelo dinheiro ou aquilo que o dinheiro pode adquirir muitas vezes vem acompanhado de certas características da personalidade como status, vaidade, ambição, soberba, poder etc.


Há anos leio e coleto publicações, dados e analiso essa questão tão complexa, porém continuo especulando com as verdadeiras razões pelas quais tantas pessoas sonham com razoável riqueza e tão poucas conseguem conquistá-la.


Bem menos pessoas ainda tem a sabedoria (ou será apenas pura sorte) de mantê-la incólume durante toda as suas vidas. É claro que algumas razões para perdê-la são bastante evidentes, como por exemplo possuir ambição em demasia ou arriscar demais, ou ainda fatores exógenas de perdas definitivas divido a guerras ou catástrofes naturais ou ainda endêmicas crises financeiras de países individualmente. Nos todos estamos sujeitos a estes catástrofes, independente da própria vontade.


Como estudioso do fenômeno, mas também porque sou planejador financeiro especializado na pessoa física, já escrevi diversos ensaios e trabalhos a respeito do assunto, diversos inéditos ou inconclusos por considerá-los insatisfatórios.


Em um dos meus livros publicados inicialmente em 2007 “Sucesso e Independência”, pela Editora Elsevier, escrevi um capítulo inteiro a respeito do tema que tem como título “Algumas sugestões para ampliar suas chances de ser bem sucedido”.


Você caro leitor, certamente ficará desiludido caso pense que apresento no livro fórmulas mágicas de como enriquecer. Não se iluda, esta fórmula de vender livros não faz meu gênero.


Sou assinante do jornal Valor Econômico e no dia 4 de Agosto último, publicaram a matéria “A agonia da classe média americana”, traduzido e copiado do Financial Times de Washington e escrito por Edward Luce.


Pois bem, a referida matéria me impulsionou e encorajou a ensaiar algumas premissas que podem ajudar você a acumular um razoável patrimônio e renda, tendo talvez uma probabilidade maior de mantê-los até a velhice.


Originalmente imaginei dois títulos para esta matéria, Você quer continuar sendo classe média? e Você pensa que é classe média? finalmente fiquei com o título “A ilusão de pensar que você é ou será classe média”.


Não será fácil tornar-se muito rico e nem mesmo ser classe média e manter-se nesta classificação sócio econômica como acabará verificando no decorrer de sua própria vida.


Formulei as exigências para “eventualmente” ser classe média caso você caro leitor conseguir cumprir a maioria das seguintes sugestões. Todas exigirão de você muita persistência, conscientização, inteligência, sapiência, comprometimento etc.


Você é ou será classe média quando e enquanto...



  • Seu endividamento mensal for inferior a 10% do seu salário líquido e preferivelmente zerado, pagando tudo à vista e ainda chorando algum desconto.

  • Quando a moradia em que mora não for alugado mas sim adquirido e completamente quitado.

  • Quando sua reserva financeira (liquidez no banco) é pelo menos igual a dois anos do seu salário líquido mensal e preferencialmente de três ou mais anos.

  • Quando seu carro estiver totalmente pago e estar associado a um seguro contra todos os riscos que possa lhe garantir ressarcimento total em razão de qualquer ocorrência e ainda, quando você não mais almejar trocá-lo todos os anos, somente porque seu vizinho tem um carro mais novo ou mais bonito.

  • Quando souber ir ao Shopping Center sem seu cartão de crédito ou débito mas somente com alguns trocados no bolso para o cinema e fazer um lanche.

  • Quando conseguir avaliar devidamente que os juros mensais pagos no crédito rotativo do cartão de crédito são no ‘mínimo 10 a 20 vezes mais elevados que os juros que você recebe quando aplica na caderneta de Poupança.

  • Quando você tiver uma perfeita percepção de quais são suas prioridades pessoais e as de sua família e procura segui-las, seja quais forem os imprevistos que possam ocorrer durante sua vida.

  • Quando fizer tudo ao seu alcance para se educar bem a si e aos seus descendentes.

  • Quando agir sempre com honestidade e ética perante seus semelhantes.

  • Quando, a medida que obtenha maior renda do trabalho, conseguir separar sistematicamente um certo percentual para alguma aplicação existente ou a ser criada.

  • Quando souber que pela lei das probabilidades, um ou mais dos seus investimentos ou negócios certamente falhará irremediavelmente em algum momento e por essa razão tenha sempre em mente que deverá diversificar ou como já foi dito na bíblia, não colocar todos os ovos na mesma cesta.

  • Quando não acreditar em milagres para ficar rico e nem em refeições grátis.


Este planejador financeiro em nenhum momento pode lhe garantir que você terá sucesso com as sugestões feitas acima e então passando a fazer parte dessa minúscula e verdadeira classe média, mas que estará bem mais próxima desse seu objetivo.


Você então fará parte de uma exclusiva minoria de apenas 2% da população mundial ( e também em nosso país) que terá conforto e tranqüilidade em todas as circunstancias e por toda a sua vida.



Louis Frankenberg,CPF® 13-08-2010


e-mail; perfinpl@uol.com.br e lframont@gmail.com


Blog; seufuturofinanceiro.blogspot.com


3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom esse post. Gostei bastante. Mas ainda falta muito pra eu chegar na maioria dessas recomendações

Anônimo disse...

Gostei muito do texto e entendi sua proposta. Mas na verdade a classe média não age dessa forma no Brasil e nem em outros países, o texto expressa na verdade a correta administração financeira para quem possuem um padrão de vida de classe média.

Blog do Lucas disse...

Também gostei muito do post. A classe baixa acredita que ser "classe média" é apenas gastar compulsoriamente a base de cartões de crédito e cheque especial. Mas na verdade, a verdadeira classe média sabe valorizar seu dinhero. Casa financiada, cheque especial, cartões de crédito e compras parceladas são para pobres metidos a rico. Rico compra a vista! A cada dia tenho mais certeza disso.
Grande post, apartir de agora vou passar a acompanhar seu blog. Parabéns!