quarta-feira, 21 de julho de 2010

Macro Finanças e Micro Finanças, conceitos conflitantes

Independente dos nobres sentimentos e atitudes que gostaríamos que os outros enxergassem na gente, geralmente agimos primeiramente em defesa de nossos próprios interesses. Esta atitude ou reação a um acontecimento ou fato novo não é egoísta mas sim um atributo básico do ser humano.

O melhor teste para confirmar o que acabo de afirmar consiste em observar nossa própria reação quando deparamos com determinado estudo, pesquisa econômica ou financeira que, momentaneamente nos chama a atenção.

Após verificarmos de que trata o assunto, procuramos ver onde, eventualmente, nos enquadramos.

Somente depois de termos verificado nosso próprio posicionamento em relação ao estudo ou pesquisa em questão, é que fazemos uma avaliação mais genérica de como outros grupos ou segmentos estão posicionados.

Os profissionais ou mesmo amadores que estudam e interpretam análises e pesquisas econômicas ou financeiras de determinado segmento da população ou então em relação ao seu todo, sempre dividem os resultados analisados em diferentes grupos componentes.

Os diferentes grupos resultantes geralmente são quantificados e transformados em percentuais, facilitando assim sua interpretação.

Não sou nem um pouco diferente de você, caro leitor, e quando se trata de pesquisas ou estatísticas econômicas, financeiras ou sociais, verifico primeiro se pessoalmente faço parte do segmento superior, inferior ou mediana da pesquisa que estou analisando naquele momento.

Quando você, prezado leitor, lê em algum livro, jornal, revista, enxerga na TV ou mesmo na Internet um desses levantamentos que lhe interessam, qual das partes dos mesmos seus olhos buscam primeiro? É quase certo que seus olhos (dirigidos interessadamente por seu cérebro) quase automaticamente irão inicialmente se concentrar no segmento onde imagina que você se enquadra na pesquisa!

Com esta reação espontânea dos olhos, comandado pelo cérebro, quero provar que o interesse da gente é bastante egoísta ou em outras palavras, é uma reação espontânea ou quase um ato reflexo.

É claro que pessoas sensíveis e estudiosas, aquelas sempre sedentas em aprender e compreender melhor o que acontece ao nosso redor com seus semelhantes, tentam também encontrar respostas mais científicas e genéricas e interpretá-las a luz de diferentes fatores.

Na minha particular condição de planejador financeiro, nos muitos anos em que tento entender melhor como age a pessoa física na defesa de seus próprios interesses e, naturalmente os de sua família imediata, observo que a maioria dessas pessoas dão normalmente muito maior importância aos fenômenos macro econômicos e financeiros do que àqueles que mais seriam de seu próprio interesse, que são os fenômenos micro econômicos e financeiros.

Espero que até aqui tenham entendido este fenômeno tão difícil de explicar.

Darei um exemplo múltiplo; quando se trata interpretar algum estudo ou pesquisa sócio-econômica amplamente divulgada pela mídia, a maioria das pessoas gostaria de ser igual às pessoas de maior patrimônio e renda, de maior destaque social, daqueles que tem o carro mais sofisticado ou a moradia mais luxuosa. Esquecem por completo sua própria condição financeira do momento, educação, habilidades, dons, idade, núcleo familiar e procuram se identificar ou até igualar ao grupo que desejam copiar.

A sociedade em que vivemos e a própria mídia que divulga esses estudos, provoca estas irrealísticas reações, enaltecendo e promovendo algumas pessoas fora do comum, contando quais são suas façanhas e sucessos (quase nunca seus fracassos). As novelas na TV são prova viva e atual daquilo que estou querendo dizer.

Bem, a finalidade dessas minhas complexas explicações é reafirmar que cada pessoa deve em primeiro lugar priorizar suas próprias peculariedades, conceitos e predicados.

Em razão destas suas prioridades inerentes aos seus predicados e peculiaridades pessoais (e as da sua família) nos leva a proclamar que a Micro Economia e Micro Finanças são infinitamente mais importantes que a Macro Economia e a Macro Finanças para você como indivíduo, apesar de você ser bombardeado diariamente com muito mais estudos e pesquisas macro.

Para legitimar esta minha interpretação de como penso, adiciono mais o seguinte ingrediente; você, caro leitor, é total e absolutamente diferente por dentro e por fora dos outros 6,5 bilhões de seres humanos existentes sobre a face da Terra e por isso não pode, em momento algum, comparar-se a outro indivíduo ( ou grupo) por mais que o conhece, admira e queira imitá-lo.

Seu universo e maneira de levar a vida deve ser diferente de qualquer outro ser humano.

Tente, portanto, ser o mais autêntico possível, prefira seus próprios sonhos, objetivos e prioridades de vida.Seja você mesmo!

Siga mais seus instintos e verifique a partir de agora quais são seus próprios interesses e jamais os do macro grupo. Pare a partir de hoje de ver como os outros agem e certamente erram igual a mim, a você ou seu modelo ideal que não existe.

Louis Frankenberg,CFP® 21.07.2010

e-mail; perfinpl@uol.com.br e lframont@gmail.com

Blog; www.seufuturofinanceiro.blogspot.com

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