sexta-feira, 21 de maio de 2010

Minha teoria sobre enriquecimento

A revista VEJA em sua edição de 19 de Maio de 2010, abordou alguns aspectos conceituais e práticos relacionadas com a riqueza em 9 lições.

A capa da revista tem o título “O milionário mora ao lado” e, acompanhando a reportagem, uma inteligente Carta ao Leitor denominada: A riqueza sem culpa”.

A revista fornece alguns interessantes enfoques aos seus leitores de “o que fazer para ser rico”.

Tenho, entretanto, minhas dúvidas a respeito do efetivo valor dessas 9 lições que compõe a matéria e suspeito da relevância dos conselhos oferecidos por alguns dos entrevistados considerados gente bem sucedida.

Sabem muito bem estudiosos, religiosos e os culturalmente bem informados, que riqueza jamais foi considerada como sendo um atributo positivo, especialmente pela igreja católica, antes o contrário, confirmado pelo conhecidíssimo provérbio:

é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus” .

Tentarei a seguir, caro leitor, expor minha teoria em relação ao assunto.

O que abaixo vou expor é fruto de leitura e interpretação da evolução e progresso de determinados países em relação a outros que permanecem estagnados e igualmente da minha convivência profissional com pessoas bem sucedidas, econômica e financeiramente e de como pensam e agem.

Queres me acompanhar e, eventualmente concordar ou discordar do meu raciocínio e teoria?

Existem milhares de profissões e atividades diferentes exercidas pelo ser humano. Cito apenas algumas delas para realçar a diversidade.

São médicos, cirurgiões, engenheiros, botânicos, empreendedores, comerciantes, industriais, esportistas, economistas, administradores, contadores, mecânicos, dentistas, descobridores, químicos, professores, cozinheiros, filósofos, escritores, pintores, consultores, artistas etc.

A seguir vou citar algumas percentagens com as quais você pode divergir quanta a sua precisão, pois eu mesmo não as considero imutáveis ou absolutos, apenas valores de relativa ordem de grandeza.

Vamos então à teoria em si.

Cheguei à conclusão que apenas de 2% a 3% das pessoas de qualquer das profissões ou atividades acima mencionadas (ou outras não citadas por mim) podem ser consideradas gente fora do comum, excepcionais ou quem sabe, muitíssimas vezes melhor que seus pares da mesma profissão. Essas pessoas nasceram com algum dom ou qualidade especial ou a desenvolveram durante suas vidas e por essa razão, eu as considero tão especiais. Elas se destacam em todas as comunidades ou países em que vivem.

O segundo grupo, incluindo 40% a 47% das pessoas que desempenham as mesmas profissões ou atividades do primeiro grupo podem ser consideradas razoável ou medianamente bons e não terão dificuldades em serem aceitas em suas comunidades. Elas não chamam tanta atenção e nós as aceitamos como sendo gente normal. Elas representam a média de uma população e quem sabe, como individualizados, são do nosso próprio nível.

Por último vou falar de um terceiro grupo de profissionais e gente de incontáveis atividades.

Vou neste momento fazer uso da minha própria experiência com profissionais que encontrei pelos anos afora, oriundos das mesmas atividades anteriormente mencionadas. Todas eles me levaram a concluir que entre 50% e 60% eram de baixíssimo nível profissional.

Alguns até podiam ser definidos como desqualificados, incapazes, desonestos, pouco éticos ou ineficientes. Enfim eram pessoas que por alguma razão específica, seria melhor eu não ter conhecido.

Caros leitores, desde já peço que me desculpem pela maneira rigorosa e perversa que acima me expressei. Não gostaria que automaticamente concordassem comigo mas fizessem suas próprias experiências, constatações e avaliações! Espero sinceramente, que encontrem em suas vidas pouquíssimas pessoas iguais às definidas no terceiro grupo. Eu, infelizmente já as encontrei e não foram poucas vezes.

Vamos à tese propriamente dita e concluir a respeito do que anteriormente foi dito:

Acredito que apenas uma absoluta minoria ou seja 2% a 3% das pessoas nasceram com algum dom muito especial ou a desenvolveram durante suas vidas e por essa razão são consideradas tão especiais e merecem toda riqueza, reconhecimento e fama que conquistaram.

Devo fazer uma ressalva, excluindo das minhas considerações aquelas que conquistaram suas fortunas ou fama por meio de falcatruas e tantos outros meios ilícitos ou pouco éticos.

Desejo finalmente expressar minha opinião e alertar aos nossos governantes em relação a este assunto raramente abordado.

O Brasil ou qualquer outro país que tenta de alguma forma limitar, boicotar, inibir, fiscal ou politicamente essas pessoas tão excepcionais, estará cometendo enorme e irreparável erro.

Por serem tão especiais, inúmeras vezes são elas os grandes responsáveis para um país progredir e avançar rumo a um futuro melhor.Podemos mesmo afirmar que essas pessoas são a verdadeira liderança. Elas são, sem dúvida alguma, a minoria que faz toda a diferença. Caso essas pessoas, empreendimentos industriais ou comerciais não receberem total apoio ou endosso governamental para trabalharem, mais cedo ou mais tarde cansarão, desistirão ou emigrarão para outras paragens, onde suas qualidades e méritos são mais apreciadas.

Existem muitos exemplos na história antiga e recente na qual nações cometeram erros fundamentais que as condenaram à pobreza ou estagnação por muitos anos.

Ocorre-me um acontecimento de um passado mais recente e bastante conhecido: a dos milhares de cientistas, músicos, artistas, industriais, comerciantes e banqueiros judeus que abandonaram a Alemanha durante a triste era do nazismo e que forçados ou livremente, emigraram para os Estados Unidos. Lá tiveram a liberdade em continuar a desenvolver seus dons e importantíssimos trabalhos em prol do progresso da humanidade, da nova pátria e de seu próprio bem estar. O império alemão que deveria durar mil anos durou apenas 12 anos e entrou na escuridão até se recuperar. Não é por nada que os Estados Unidos, por sua vez, assumiu a liderança do mundo.

Pretendo dar continuidade ao tema em outra oportunidade.

Louis Frankenberg,CFP® - 21 de Maio de 2010

e-mail; perfinpl@uol.com.br e lframont@gmail.com.br

blog; www.seufuturofinanceiro.blogspot.com

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2 comentários:

Cassia D’Aquino disse...

Prezado Louis,

Com a sua costumeira perspicácia, você tangenciou um ponto que, confesso, tem assombrado meus dia:o número crescente de pessoas despreparadas- para não mencionar as despudoradamente desonestas- que estão se fazendo passar por planejadores financeiros ou especialistas em educação financeira.Em sua sanha vigarista,amorais, ludibriam com promessas de fundos,mundos e caminhos inexistentes para riquezas fáceis. De outro lado,saber que é sempre possivel contar com profissionais como você- corajoso, íntegro, respeitado- me devolve a confiança na humanidade e reassegura que vale a pena insistir na lida de informar a população sobre as escolhas envolvidas em todo uso e ganho das finanças.

Obrigada pelos posts.
Um grande abraço da fã,

Cássia D'Aquino

Flávio Secchieri Mariotti disse...

Louis,

Gostaria de parabenizá-lo pelo excelente post onde expõe sua opinião de maneira clara e objetiva sobre as diferentes formas de pessoas VS enriquecimento, é com grande satisfação que venho dizer que a partir de hoje me torno um leitor de seu blog e um grande admirador de seus conhecimentos.

att
Flávio Mariotti
http://fsmariotti.blogspot.com